terça-feira, 25 de maio de 2010

O MISTÉRIO DE DEUS: A MANIFESTAÇÃO, O CONHECIMENTO E O VALOR

A igreja de Colossos era conhecida e reconhecida por sua fé em Jesus Cristo. Isto está registrado no início da carta.
Mas, reconhecidamente a igreja de Colossos estava em uma sociedade pagã, que adorava muitos deuses, que praticava religiões de mistérios, através dos quais jaziam como presas fáceis e inertes de xamãs, líderes religiosos que se impunham através da declaração e atos misteriosos de ocultismo.
Na carta aos Colossenses, o que palavras do apóstolo Paulo deixam transparecer para nós é que existiam pessoas querendo dominar a igreja com ensinamentos e práticas de supostos mistérios (v. 18) e, também, como sempre acontecia com as igrejas, pessoas querendo dominar com práticas religiosa do judaísmo (v. 11-16). Tudo girava em torno da religiosidade. Se por um lado eram apresentados “mistérios” do paganismo, por outro o mistério de Cristo era ignorado pelos judeus que se apegavam a tradições de homens e tentavam impor aos crentes em Cristo (v. 8).
O apóstolo Paulo, então, introduz e apresenta neste trecho da sua carta o mistério de Deus que é Cristo, declara a necessidade de o homem ser apresentado perfeito em Jesus Cristo, e da necessidade de o crente ser “enriquecido da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus” que é Cristo. É a respeito deste mistério de Deus que vamos discorrer um pouco.

O MISTÉRIO DE DEUS JÁ FOI MANIFESTADO – 1:24-26

O mistério de Deus era Jesus Cristo na humanidade(27). Deixou de ser mistério quando Ele foi manifestado (v.26). Quando o Verbo se fez carne aconteceu histo-ricamente a manifestação visível do mistério de Deus para a salvação da humanidade. Um mistério que esteve oculto por toda a eternidade (este é o significado de “durante todos os séculos”). Não oculto no sentido de não ser revelado de alguma maneira por Deus, porque o foi através dos seus profetas como está registrado no Antigo Testa-mento, porém oculto exatamente no sentido de não ter sido perfe-itamente revelado à humanidade como um fato histórico. O nascimento, ministério, sacrifício e ressurreição de Jesus foi a manifestação real, histórica, do Messias, do mistério de Deus para a salvação do homem.
Isto significa que não há mais mistério no sentido de ainda estar oculto e de precisar ser revelado. O que era oculto, que precisava ser crido como uma esperança futura através do que Deus revelava aos seus profetas tornou-se uma realidade visível, palpável, física, ao alcance de toda a humanidade. A igreja não poderia se deixar levar por mistérios religiosos porque o mistério de Deus estava nela, como corpo de Cristo que continuou sobre a face da terra (v. 24).

O MISTÉRIO DE DEUS PRECISA SER CONHECIDO
– 1:27-29; 2:1,2

Desde o nascimento do Messias que o mistério de Deus foi revelado e, para conhecimento, a revelação passou apenas da anunciação. A vinda do Messias como homem, seu ministério, sacrifício e ressurreição precisa ser apenas anunciada. E para o desempenho desta tarefa o próprio Senhor Jesus Cristo constituiu ministros. O apóstolo Paulo assumiu este ministério que lhe foi designado para com os gentios, aos quais Deus quis fazer conhecer, também, o seu mistério, que é Cristo na própria igreja.
Do texto da sua carta destacamos alguns elementos do conhecimento do mistério de Deus.
1. O conhecimento foi anunciado com admoestações e ensina-mentos (v. 28). A palavra traduzida por “admoestações” é noutheteo que tem o significado de advertência. O conhecimento do mistério de Deus, Cristo, foi transmitido pelos apóstolos de Cristo e pelo próprio Senhor Jesus, em forma de advertência. Cristo não pode ser conhecido apenas como uma opção religiosa, ou como alguém que pode apenas fazer alguma diferença na vida das pessoas. Precisa ser conhecido como o Salvador de uma catástrofe que é definitiva na vida de todo ser humano, que é o sofrimento eterno. A transmissão do conhe-cimento de Cristo não envolve amenidades ou suposições; não envolve coisas passageiras, mas envolve a definição entre a vida e a morte, envolve a urgência da aceitação de Cristo como Salvador enquanto há vida, envolve o juízo final e definitivo sobre toda a humanidade. Isentar a pregação da salvação em Jesus Cristo de advertências sérias é menosprezar a manifestação do mistério de Deus em Cristo Jesus, e este crucificado.
Mas a advertência precisa ser compreendida e o ensinamento com sabedoria também foi transmitido. Advertir somente deixa a pessoa perplexa, caso ela dê ouvidos. Deixa como que paralisada em algum ponto de sua vida, temerosa de seguir em frente. Por isso o ensinamento se faz necessário pois aponta as atitudes requeridas por Deus para que o sacrifício de Cristo seja efetivo e útil em nossas vidas.
2. A anunciação do conhecimento tem objetivo definido (v. 28). Este objetivo é o ser humano. O apóstolo Paulo fez referência ao seu trabalho de anunciação pessoal. Não importa se praticou o evangelismo pessoal em várias vezes, ou se praticou o evangelismo a grandes quantidades de pessoas, mas sempre estava visando o ser humano com indivíduo. Mas procurou levar o conhecimento de Cristo a todo ser humano. O mistério de Deus é para todo aquele que crê, sem distinção, sem predestinação, sem discri-minação. Se o homem vai aceitar ou não a anunciação e receber o mistério de Deus, Cristo, é uma opção pessoal, assim como é uma opção ir para a luz de Cristo ou ficar nas trevas do pecado. Mas o fim da anunciação é sempre todo e qualquer ser humano.
3. O conhecimento tem uma finalidade específica (v. 28). Conhecer por conhecer, para acumular conhecimento intelectual ou experimental durante a vida é tolice. O conhecimento tem objetivar e alcançar um fim específico. O do conhecimento do mistério de Deus é a perfeição do homem em Jesus Cristo. Sozinho não consegue alcançar a perfeição, mas em Cristo é levado à perfeição. Deus não quer nada mais nada menos que a perfeição do ser humano.
4. O conhecimento requer atitudes específicas do ministro de Cristo (2.1,2). Atitudes tanto do seu ministro quanto de todo o corpo. O apóstolo Paulo as enumerou: a) Trabalho. Não há anunciação do evangelho de Jesus Cristo sem trabalho. b) Combate. Combate além das nossas forças e da nossa eficiência, porém que é realizado sob o poder eficiente do Senhor Jesus e com objetivos definidos. O apóstolo Paulo desejava arden-temente que todos os crentes tives-sem seus corações consolados. Corações aflitos não conseguem anunciar o evangelho de Jesus Cristo, não conseguem viver em paz a nova vida em Cristo. Combatia, também, para que a igreja tivesse unidade em amor, pois a unidade permite que o mundo saiba, através da anunciação do corpo de Cristo, que Jesus foi enviado ao mundo por Deus. E desejava, também, que a igreja tivesse toda a riqueza da forte confiança produzida pelo entendimento para que tivessem pleno conhecimento do mistério de Deus, Cristo. Ou seja, pleno conhecimento de Cristo.
Ou seja, o esforço e combate do ministro de Cristo tem que girar sempre em torno do objetivo de a igreja ser consolada, estar unida em amor e ter forte confiança em Deus. E tudo isto acontecerá através do conhecimento de Cristo. O ministro tem que trabalhar arduamente para levar todo o conhecimento de Cristo à humanidade.

O VALOR DO MISTÉRIO DE DEUS
– 1.26,27; 2:3

O mistério de Deus, Cristo, é comparado pelo apóstolo Paulo com um tesouro. Um tesouro que esteve oculto desde o princípio de todas as coisas (v. 26 – “início de todos os séculos”). Isto significa que quando Deus fez o homem o mistério de Deus já estava estabelecido, ou seja, a encarnação, vida, morte e ressurreição do Verbo já estava estabelecida. O Filho estava aguardando o momento em que se manifestaria como personificação de todo o mistério da salvação providenciada por Deus ao homem.O tesouro estava oculto mas não foi descoberto. Nunca foi desco-berto pelo homem em todas as suas gerações (v. 26 – “em todas as gerações”), apesar de tê-lo procu-rado tanto. O tesouro foi dado a conhecer. O seu conteúdo, a sua natureza e o seu objetivo foram revelados por Deus à humanidade. Todas as riquezas da glória do Messias corporificando o plano de salvação para a humanidade foram reveladas por Deus primeiramente ao povo separado (aos santos) e, depois, aos gentios (o restante da humanidade).
O mistério de Deus, Cristo, é esplendoroso é inigualável, pois contém todos os tesouros da sabedoria e da ciência (2.3).

CONCLUINDO


Não existe mais mistério no evangelho de Jesus Cristo. Tudo o que concerne ao evangelho, à salvação oferecida e operada por Deus através do Filho já foi perfeitamente revelado por Deus à humanidade através de Cristo Jesus. Por isso o crente em Cristo não tem que dar ouvidos a quem anuncia algum tipo de mistério religioso, mesmo que seja dito que é cristão.