Podem orações serem impedidas? Seria realmente a oração uma "arma" infalível? No mundo que se denomina "evangélico" creem que sim.
Predominam entre nós chavões como: "eu creio no poder da oração", ou "eu creio no poder dos joelhos que se dobram em oração", ou "eu não aceito o mal", ou ainda, "eu exijo que o mal seja extirpado".
Como ficam, então, os textos das Escrituras que demonstram que há orações que não são ouvidas?
O apóstolo Pedro fala de impedimento de orações (1Pd 3.7). O profeta Jeremias transmite a palavra de Deus que diz a ele: "Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem me importunes, porque eu não te ouvirei." (Jr 7.16). Diz, também: "Eis que trarei mal sobre eles, de que não poderão escapar, e clamarão a mim; e eu não os ouvirei." (Jr 11.11).
O próprio Deus expõe o motivo de não ouvir, de as orações serem impedidas, de se tornarem uma importunação para Ele. Diz, ainda através do profeta Jeremias: "Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por eles clamor nem oração; porque não ouvirei no tem em que eles clamarem a mim, por causa do seu mal." (Jr 11.14) Sim, o mal impede as orações. Não adianta clamar, não adianta ajoelhar, não adianta exigir de Deus, se houver prática do mal e se o mal estiver presente na vida de quem ora, ou por quem se faz orações. Mesmo que sejam as orações com grandes gritos (Ez 8.18).
Que mal poderíamos citar mesmo naqueles que parecem ter uma vida perfeita, piedosa?
1. O mal do desvio da fé. Quando uma pessoa diz que crê no poder da oração está depositando a sua confiança no ato de orar e deixando de crer naquele que ouve a oração. O poder não é da oração, porém o poder é de Deus, que ouve e tem poder para atender conforme a vontade dEle. Não foi assim que o Filho de Deus nos ensinou, "Seja feita a tua vontade"? (Mt 6:10) Quando alguém afirma que crê no poder dos joelhos dobrados, está depositando em que a sua fé? Nos joelhos ou em Deus?
2. O mal da soberba. Quando uma pessoa ora exigindo de Deus, ou declarando que algo vai acontecer, está sendo soberbo. Está se colocando acima de Deus; está fazendo dEle o seu servo. Mas Deus resiste ao soberbo. Em 1Pd 5.5 lemos: "revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes." E em 1Jo 2.16 lemos que a soberba da vida não é do Pai, mas do mundo.
3. O mal do padrão do mundo. As orações repetitivas seguem um padrão do mundo, das religiões de idolatria, feitiçaria ou filosofias. Jesus foi muito claro quando disse: "não useis de inúteis repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos." (Mt 6.7)
4. O mal do exibicionismo. Há pessoas que gostam de orar em público, em declarar que estão orando, que gostam de ser o centro das atenções e se utilizam das orações para isto. Mas, novamente lemos de Jesus ensinando: "E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão." (Mt 6.5)
Concluímos que nem todas as orações são ouvidas e que há orações que são impedidas porque trazem em si algum tipo de mal que formam verdadeiras barreiras diante de Deus.
TEOLOGIA BÍBLICA
Este blog é destinado à publicação de estudos teológicos do Pr. Dinelcir de Souza Lima, baseados acima de tudo na revelação pessoal que Deus fez à humanidade através das Escrituras Sagradas, a Bíblia. Cremos que sem a revelação de Deus ao homem seria impossível conhecer Deus, por isso partimos do princípio que a Teologia só pode ser firmemente alicerçada a partir da Bíblia.
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020
quarta-feira, 4 de novembro de 2015
OS DONS ESPIRITUAIS
1
Coríntios 12:1-11
O
apóstolo Paulo já havia discorrido a respeito de problemas concernentes aos
sentimentos e ao corpo, a atitudes manifestadas em atos e realizações físicas.
Agora precisava falar a respeito de graves problemas no âmbito espiritual e ele
inicia dizendo literalmente o seguinte: “A respeito do que é espiritual...”, ou
“A respeito da espiritualidade...”; ou “A respeito do que concerne ao
espírito...” A expressão “dons” é enxerto de tradutores e não existe na sua
frase inicial. Ele estava preocupado com comportamentos e pensamentos que
giravam em torno do que é imaterial, do que envolve tanto o espírito do ser
humano, quanto o Espírito de Deus. E naquela igreja havia muita confusão a
respeito, pelo fato de a espiritualidade deles ter, ainda, como padrão, a sua
antiga religiosidade gentílica (v. 2).
Agora, convertidos, novas criaturas em Cristo Jesus, precisavam
conhecer o que é espiritual em conformidade com a realidade do Espírito Santo,
sua natureza, propósitos e atos vindos realmente de Deus. E nós, também
influenciados por ensinamentos e comportamentos humanos, oriundos de
religiosidades pagãs ou de incredulidades quanto à Palavra de Deus escrita,
precisamos conhecer a respeito do Espírito Santo e suas manifestações na
igreja. Não podemos ser ignorantes como os da igreja de Corinto eram.
I. O
ESPÍRITO SANTO LEVA À GLORIFICAÇÃO DE JESUS – v. 3
O conhecimento principal para a compreensão das manifestações do
Espírito Santo é o de que Ele sempre leva o ser humano à glorificação da pessoa
do Senhor Jesus (ver também João 16:14). Nunca leva à glorificação da própria
pessoa, nem do próprio Espírito Santo, porém à pessoa do Salvador, do Senhor,
do Filho de Deus.
Anátema
significa algo ou alguém que é dedicado à destruição, ao sofrimento. Daí se
dizer, também, que anátema significa maldito. Mesmo que seja em sentimento
manifestado em palavras, dedicar algo ou alguém à destruição é manifestar
desprezo. Então, dizer Jesus é anátema é manifestar desprezo por ele. Ao
contrário, referir-se a Jesus como Senhor, é glorificá-lo, é exaltá-lo como Rei
dos reis, Senhor dos senhores.
Para
não sermos guiados por falsos ensinamentos precisamos, portanto, antes de tudo,
observar se quem nos tenta ensinar, ou nos incitar, ou nos conduzir, despreza
ou exalta a pessoa do Senhor Jesus. Se exaltar-se a si próprio, ou se exaltar a
pessoa do Espírito Santo acima de Jesus, é falso profeta, falso mestre, falso
pastor. Quanto a ensinamento, é falso, enganoso.
II. A
DIVERSIDADE DOS DONS DO ESPÍRITO SANTO E A UNIDADE DE DEUS, JESUS CRISTO E
ESPÍRITO SANTO – v. 4-11
Pelo
contexto da carta percebemos que havia irmãos na igreja de Corinto que se
exercitavam na prática de algumas manifestações espirituais apenas e, talvez,
as que mais lhes eram convenientes para a aquisição e manutenção de posições de
destaque na igreja. O destaque ia para o fenômeno da glossolalia (produção de
ruídos estranhos, ininteligíveis com a boca) e para a adivinhação (que confundiam
com a profecia). Mas o apóstolo Paulo, antes de discorrer profundamente a
respeito desses fenômenos, se preocupa em ensinar que existem diversos outros
dons do Espírito Santo, que visam a prestação de serviços ao Senhor Jesus e que
todos são realizações dedicadas a Deus. Ou seja, os dons são diversos, provém
do Espírito Santo conforme a vontade dEle porque distribui a cada um como quer
(v. 11) e nunca são para o indivíduo, para seu benefício próprio (nem mesmo
para a própria edificação) nem a distribuição e recebimento de dons é conforme
a vontade de quem os busca.
Para
compreendermos melhor a respeito dos dons do Espírito Santo precisamos analisar
o seguinte:
1. O que é dom do Espírito Santo
A
expressão grega utilizada Pelo apóstolo Paulo e traduzida por “dom” é “karismáton”, que tem como principal
significado “favores não merecidos, porém gratuitamente concedidos.”
Compreendemos, assim, que o apóstolo Paulo não está falando nada a respeito de
recebimento do Espírito Santo, mas de capacitação
concedida pelo Espírito Santo para o serviço cristão. A expressão é
traduzida por dom porque não temos na língua portuguesa uma expressão que, por
si só, consiga dar o mesmo sentido que a palavra grega. E, também, porque são
capacitações que vêm aos crentes em Cristo como dádivas divinas, sem que o
crente tenha que merecê-las.
2. Os dons são individuais. Os dons são manifestados e o apóstolo
Paulo afirmou que a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for
útil e, compreendemos, ao serviço cristão. Observe-se com atenção que
manifestação é ação e que não há, portanto, dom sem manifestação. Isto seria
inútil.
3. Quais capacitações foram referidas pelo apóstolo Paulo. Os dons do Espírito Santo ensinados à igreja
de Corinto foram os seguintes:
a) Palavra de sabedoria – Capacidade de se expressar com sabedoria, com prudência, com
inteligência.
b) Palavra de conhecimento – Capacidade de transmitir o
conhecimento verdadeiro, de ensinar o que é correto, de doutrinar.
c) Fé – convicção da verdade (pistis). Lembramos que o apóstolo Paulo
está falando de manifestação de dons. Está, portanto, se referindo à fé
verdadeira, com atos e atitudes que manifestam a convicção da verdade.
Lembremo-nos de que os atos, as realizações (ergon) de fé são as manifestações
de que a fé é real, verdadeiramente existente (Tiago 2:18).
d) Os meios de cura – A palavra utilizada é iama,
que significa exatamente isso: “um meio de cura, remédio, medicamento”. O
apóstolo Paulo não estava se referindo a curas milagrosas, porém aos meios de cura.
Se quisesse se referir a cura teria utilizado a palavra iaomai, que é o verbo curar,
sarar. Diferentemente do que muitos pensam e defendem hoje, o apóstolo
Paulo estava dizendo que, na igreja, o Espírito Santo concedia a crentes meios,
recursos, medicamentos, para curar.
e) Realizações de poder – A palavra que é traduzida por milagres é dunamis que significa literalmente poder, força, capacidade. A palavra que
foi traduzida por operações é energema,
que significa aquilo que foi realizado, resultado de uma operação. Por isso
traduzimos por “realizações de poder”. Não é possibilidade de realizações,
porém a realização concluída e de algo poderoso. Não significa necessariamente
que sejam milagres, pois pode ser qualquer realização poderosa para o Senhor Jesus
Cristo. Por exemplo, a realização, a conclusão da operação da evangelização
levada a efeito pelo apóstolo Pedro no dia de Pentecostes, quando se
converteram e foram agregadas à igreja quase três mil almas, foi uma concessão,
uma dádiva do Espírito Santo. Isto significa que poderosas campanhas
evangelísticas realizadas pelas igrejas e conduzidas por alguns, é uma dádiva
do Espírito Santo.
f) Profecia – Confundido por muitos com adivinhações, inclusive de coisas
particulares na vida de pessoas, significa, no entanto, conforme Strong, James:
Léxico Hebraico, Aramaico E Grego De Strong. Sociedade Bíblica do
Brasil, 2002; 2005, “discurso que emana da inspiração divina e que
declara os propósitos de Deus, seja pela reprovação ou admoestação do iníquo,
ou para o conforto do aflito, ou para revelar coisas escondidas; esp. pelo
prenunciar do eventos futuros na predição de eventos relacionados com o
reino de Cristo e seu iminente triunfo, junto com as consolações e
admoestações que pertence a ela...” É, portanto, o dom de anunciar, pregar, a
Palavra de Deus. Uma pregação de acordo com a Palavra de Deus, com as
Escrituras Sagradas, a proclamação do evangelho de Jesus Cristo como consolação
e admoestação do juízo de Deus sobre a humanidade, é manifestação do dom de profecia.
g) Discernimento de espíritos
– seja no sentido do ânimo ou essência do que move o
ser humano (falso ou verdadeiro), seja no sentido de espiritos malignos que se
disfarçam no seio da igreja, através de pessoas e seus atos.
h) Línguas de outros povos,
raças, tribos ou nações – Ao contrário do que consta da maioria das nossas
traduções, o apóstolo Paulo não se referiu nenhuma vez a linguas estranhas ou a
variedades de línguas. Isso é interpretação pessoal de tradudores que mudaram o
sentido, talvez desejando facilitar a compreensão e, ao contrário, dando origem
à grande confusão doutrinária e comportamental que existe hoje no meio
evangélico difundido pelos doutrinadores do pentecostalismo. No grego, no
versículo 10, encontramos as expressões genos,
que significa família, raça, tribo,
nação; e glossa que tanto pode
significar língua no sentido do órgão da
fala, quanto língua, no sentido de idioma.
A referência do apóstolo Paulo é específica à manifestação do dom de
línguas de outras nações. Pessoas que conseguem aprender com facilidade línguas
de outras nações e as utilizam no que é últil para o reino de Deus, são
capacitadas pelo Espírito Santo.
i. Interpretação de línguas
estrangeiras – Conforme significado da palavra hermenéia, do que foi dito de alguma
maneira obscurecida a outras pessoas. É o dom de interpretar, esclarecer e
anunciar de maneira perfeitamente compreensível. Não é um dom de interpretação
de línguas estranhas, isso não existe na Bíbli, mas o dom de interpretação de línguas
de outras nações.
Concluindo
a) Dons são dádivas não merecidas, portanto
não podem ser conquistados através de práticas religiosas; b) Dons são
invisíveis, o que é visível são as manifestações dos dons; c) Dons de profecia,
de cura, de línguas e de interpretação não são o que os pentecostais ensinam,
porém o que está escrito no texto e foi explicado; os dons são uma realidade
para o que for útil na igreja de Cristo e não para o benefício de quem os
recebe.
terça-feira, 7 de abril de 2015
IGREJA, A CASA DE DEUS
Um dia o rei Davi desejou construir uma casa para Deus.
Sentia-se incomodado porque tinha a sua própria casa feita de cedros e a arca
de Deus estava em uma tenda (2Sm 7.2). Falou ao profeta Natã do seu desejo de construir uma casa para Deus e
recebeu como resposta um incentivo para que fizesse tudo o que estava em seu
coração porque, disse Natã, “o Senhor é contigo.”
Mas, não era isto que estava no coração de Deus e mandou
mensagem a Davi dizendo que nunca requereu a construção de uma casa para Ele e
que nunca havia deixado de estar com o seu povo. Anunciou que o filho de Davi
lhe construiria uma casa. Davi ofertou o material para a construção e Salomão,
realmente, construiu o templo para Deus.
Durante o período do Antigo Testamento a casa de Deus foi o
templo de Jerusalém. Naquele lugar eram prestados os cultos e, até determinado
tempo, era onde Deus se manifestava durante o culto sacrificial.
O Senhor Jesus veio ao mundo, estabeleceu o Novo Testamento,
abriu caminho direto para a presença de Deus colocando-se como mediador, único
sacerdote e o templo, até certo tempo ainda utilizado pelos judeus, inclusive
convertidos a Cristo, foi completamente destruído pelos romanos. Aparentemente
Deus ficou sem casa e, de fato, no cristianismo, o templo único, como lugar de
adoração, deixou de existir. Jesus estabeleceu a sua igreja inicialmente em
Jerusalém que, em pouco tempo, foi se espalhando pela face da terra. Cristãos
passaram a se reunir como igrejas de Cristo em diversos lugares. No próprio
templo de Jerusalém antes de ser destruído, em residências particulares, em
escolas, em lugares ao arlivre e, até mesmo, em catacumbas. Aos poucos, em
determinados lugares onde igrejas permaneciam se reunindo, foram sendo
construídos lugares especiais, separados, para as reuniões das igrejas que, sob
a influência do catolicismo (um sincretismo de romanismo, judaísmo e cristianismo)
passou-se a denominar esses lugares especiais de templos.
Surgiu, então, a ideia de que os edifícios eram “casas de
Deus”. No entanto, Deus continuou não habitando em lugares feitos por mãos de
homens, mas habitando nos crentes em Cristo através da habitação do seu Santo
Espírito.
Escrevendo a sua primeira carta a Timóteo o apóstolo Paulo
diz que a igreja é a casa de Deus (1Tm 3:14) e podemos, assim, compreender que
Deus realmente habita entre os crentes em Cristo, nas suas próprias igrejas.
Não nos templos, nos edifícios construídos por mãos de homens, mas nas
congregações dos crentes em Cristo Jesus.
Sendo assim, precisamos valorizar as igrejas de Cristo,
precisamos reverenciar a presença de Deus em suas igrejas, precisamos
desenvolver a fidelidade a Deus e, consequentemente, a seu Filho Jesus Cristo.
Precisamos reconhecer que somos coluna e suporte da verdade de Deus e agir como
tais. Precisamos lutar pela manutenção das características da casa de Deus nas
suas igrejas.
segunda-feira, 6 de abril de 2015
A DIVINDADE E A HUMANIDADE DE JESUS CRISTO
Talvez este seja um dos temas mais polêmicos da Teologia Cristã. Muitos crêem que Jesus foi apenas um homem, outros que foi Deus em aparência humana e, outros, que foi Deus e homem ao mesmo tempo.
Se nos detivermos em uma Teologia realmente bíblica certamente concordaremos que ele foi Deus e homem ao mesmo tempo. Ele não foi gerado por homem, porém pelo Espírito Santo; manifestou poderes divinos sobre a vida, o universo, a natureza; declarou ser o próprio Deus e foi apresentado a discípulos seus como sendo o filho amado de Deus. Declarou-se o único gerado por Deus e, ressuscitado, voltou aos céus e sentou-se à direita de Deus.
No entanto, o grande problema com o qual nos deparamos não é o reconhecimento de que era Deus e homem, porém o conhecimento teológico de como isto se tornou realidade.
Mesmo com aparência de tanta dificuldade para compreensão, a explicação teológica é relativamente simples se considerarmos o que encontramos na Bíblia a respeito do Espírito de Cristo. O apóstolo Paulo se refere ao Espírito Santo como sendo o Espírito de Deus e, ao mesmo tempo, o Espírito de Cristo (Rm 8.9); Jesus foi gerado pelo Espírito Santo (Mt 1.18); enquanto homem, aqui no mundo, o Espírito Santo habitou plenamente em Jesus Cristo, a ponto de não poder ser dados aos seus discípulos enquanto não foi glorificado (Jo 7.39; 20.22).
A divindade de Jesus Cristo não estava em seu corpo, porém em seu espírito. Foi gerado como homem e, por isso, era realmente homem. Porém o seu espírito era o próprio Espírito de Deus e, por isso continuou a ter a sua natureza divina. Fisicamente era homem e espiritualmente era Deus. Por isso, na sua crucificação houve a necessidade de o Espírito de Deus deixá-lo e o Senhor Jesus ter se sentido desamparado. Para morrer ele precisou ser totalmente homem. Caso contrário não poderia morrer, considerando-se que Deus é eterno.
Se nos detivermos em uma Teologia realmente bíblica certamente concordaremos que ele foi Deus e homem ao mesmo tempo. Ele não foi gerado por homem, porém pelo Espírito Santo; manifestou poderes divinos sobre a vida, o universo, a natureza; declarou ser o próprio Deus e foi apresentado a discípulos seus como sendo o filho amado de Deus. Declarou-se o único gerado por Deus e, ressuscitado, voltou aos céus e sentou-se à direita de Deus.
No entanto, o grande problema com o qual nos deparamos não é o reconhecimento de que era Deus e homem, porém o conhecimento teológico de como isto se tornou realidade.
Mesmo com aparência de tanta dificuldade para compreensão, a explicação teológica é relativamente simples se considerarmos o que encontramos na Bíblia a respeito do Espírito de Cristo. O apóstolo Paulo se refere ao Espírito Santo como sendo o Espírito de Deus e, ao mesmo tempo, o Espírito de Cristo (Rm 8.9); Jesus foi gerado pelo Espírito Santo (Mt 1.18); enquanto homem, aqui no mundo, o Espírito Santo habitou plenamente em Jesus Cristo, a ponto de não poder ser dados aos seus discípulos enquanto não foi glorificado (Jo 7.39; 20.22).
A divindade de Jesus Cristo não estava em seu corpo, porém em seu espírito. Foi gerado como homem e, por isso, era realmente homem. Porém o seu espírito era o próprio Espírito de Deus e, por isso continuou a ter a sua natureza divina. Fisicamente era homem e espiritualmente era Deus. Por isso, na sua crucificação houve a necessidade de o Espírito de Deus deixá-lo e o Senhor Jesus ter se sentido desamparado. Para morrer ele precisou ser totalmente homem. Caso contrário não poderia morrer, considerando-se que Deus é eterno.
quinta-feira, 19 de março de 2015
A SÃ DOUTRINA
Baseado em 1Timóteo 1
Um dos grandes males do nosso
século é uma aversão a um ensinamento sadio, a uma regra de vida sadia, baseada
nas Escrituras, a Bíblia. Não é uma aversão somente de pessoas que são de fora
do cristianismo, porém alcança fortemente o nosso meio, até mesmo os
evangélicos que deveriam caracterizar-se por uma vida cristã baseada somente no
evangelho de Jesus Cristo. Por isso, quando utilizamos a expressões doutrina,
doutrinamento e sã doutrina, há uma reação de repúdio e aversão, muitas vezes
zombeteiras ou verbalmente violentas.
Creio que para tais pessoas não
há esperança pois rejeitando a sã doutrina, rejeitam, também, os ensinamentos
bíblicos e para conhecermos e nos mantermos na sã doutrina necessitamos
exatamente do conhecimento bíblico e aceitação dos seus ensinamentos.
Pouco tempo depois de Jesus
Cristo ter estabelecido o seu evangelho no mundo, cerca de 30 anos depois de
sua morte e ressurreição, este problema já existia. Talvez sem a amplitude de
hoje, já que o mal se propaga rapidamente através dos mais variados meios de
comunicação dos quais dispomos hoje, porém já existia. E o apóstolo Paulo se
preocupou em iniciar sua carta ao seu filho na fé, então pastor da igreja de
Éfeso, discorrendo exatamente sobre a necessidade dele se manter na sã doutrina
e levar a igreja a permanecer também. Desse texto inicial, para nosso estudo,
queremos destacar os seguintes.
A PREOCUPAÇÃO COM FILHOS NA FÉ – v. 2
A preocupação inicial de Paulo
não era social, nem financeira, nem com a saúde. Via de regra confundimos as
coisas e, quando levamos alguém à fé em Jesus Cristo nos preocupamos mais com o
seu dia a dia, com as coisas desta vida. A preocupação principal deve ser com a
manutenção da fé verdadeira em Jesus Cristo. Há muita fé falsa e muitos que
rodeiam os crentes em Cristo tentando demovê-los e desviá-los da fé.
O DEVER DO PASTOR EM ADVERTIR CONTRA OS
DESVIOS DA FÉ – v. 3-7
Há sempre pessoas se desviando
e trabalhando para desviar outros da fé. São pessoas que se arvoram conhecedoras,
que querem ser mestres das Escrituras, que não entendem nem o que dizem nem o
que afirmam (v.7), mas que ensinam doutrinas diferentes da de Jesus Cristo. São
pessoas que não se importam com o que Jesus ensinou e se importam muito mais
com o que eles próprios pensam saber. São pessoas que fazem belos discursos
baseados em fábulas, palavras fantasiosas ou se dedicam a intermináveis
genealogias (v.5).
O pastor tem o dever de ordenar
(no texto este significado da palavra grega paraggello
é o que se encaixa melhor) que pessoas não ensinem falsas doutrinas. É
compreensível que o pastor impeça o ensinamento pois, se advertir somente, ou
somente alertar aos crentes, a palavra falsa sempre poderá surtir efeito de
desvio em alguns. Assim como a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus, o desvio da
fé pode vir pelo ouvir ensinamentos falsos. E sempre os ensinamentos falsos
produzirão debates inúteis (este é o sentido de “questões” nos vs. 4 e 6) e
controvérsias.
E os crentes que desejam
permanecer firmes na fé precisam dar ouvidos às advertências do pastor.
O PASTOR PRECISA TER CONVICÇÃO DO VALOR DA
SÃ DOUTRINA – v. 5,8-11
Pastores sem convicção da sã
doutrina se desviam e conduzem as ovelhas por caminhos tortuosos, das falsas
doutrinas. Um pastor que crê no batismo por aspersão leva a igreja a batizar
por aspersão; um pastor que não reconhece o valor da Ceia como um memorial do
sacrifício do Senhor Jesus, leva a igreja a atribuir valores humanos à Ceia. Um
pastor que não crê que a Bíblia é a Palavra de Deus, leva a igreja a descrer da
Bíblia como Palavra de Deus. Um pastor que não crê na necessidade de
santificação da igreja, leva a igreja a se mundanizar, a buscar igualdade com o
mundo. Um pastor que crê que a igreja tem que transformar socialmente o mundo,
levará a igreja a trabalhar pela transformação social do mundo. São apenas
exemplos do que acontece no meio cristão e de como pastores são responsáveis
por tantos desvios.
O pastor precisa ter convicção da finalidade do mandamento de Deus: o
amor de um coração puro, uma boa consciência e uma fé não fingida, verdadeira.
Precisa ter convicção de que o ensinamento é mais eficaz que a imposição
legalista, porquanto leva o crente a um comportamento de fidelidade ao
evangelho por reconhecimento da nova vida em Cristo (ver o exemplo do próprio apóstolo Paulo nos vers 12
a 17). Mas, também, a lei é boa e precisa ser utilizada legitimamente, para com
os que perseveram no pecado (v. 8-11)
Paulo delineia os que precisam ser tratados segundo a Lei:
os injustos (transgressores); os obstinados em não se sujeitarem ao evangelho;
os que não têm temor reverente a Deus (asebes
– chamados de ímpios ou irreverentes em nossas versões); os que se dedicam ao
pecado; os profanos (não santificados); os maus; os parricidas, os matricidas,
os assassinos; os que praticam atos sexuais considerados impuros (pornôs); os sodomitas
(arsenokoites – homens que se deitam
com homens); os que colocam serem humanos sob escravidão ou fazem comércio da
escravidão (andrapodistes); os
mentirosos, os que acusam falsamente e os que são contrários à sã doutrina.
Note-se que o apóstolo Paulo inclui os
que se opõem à sã doutrina com os que cometem os mais variados e terríveis
tipos de pecado.
PRECISA HAVER NO PASTOR O SENTIMENTO DA
MISERICÓRDIA DE DEUS EM SUA VIDA – v. 12-17
O apóstolo Paulo vivia para
obedecer a Cristo e para glorificar a Deus. O que ele sentia procurava, por todos
os meios, passar para os crentes em Cristo, tanto ensinando aos pastores,
quanto ensinando aos próprios crentes. Ninguém é salvo e nem vive a vida cristã
por seu próprio mérito. Ninguém é bom a ponto de merecer a salvação e o
fortalecimento para a vida cristã. No seu profundo sentimento da misericórdia
de Deus em sua vida, ele reconhecia:
a) Era agradecido a Cristo
Jesus. Dava graças à ele.
b) O seu fortalecimento vinha
de Cristo Jesus. Em nossa tradução está que ele reconhecia que o Senhor Jesus o
confortava, porém a palavra utillizada tem a conotação clara de fortalecimento.
c) Ele próprio era propriedade
de Jesus. Ele o chama de “Senhor nosso.”
d) Agradecia porque foi Cristo
quem o considerou fiel para o ministério.
e) Considerava-se o pior dos
pecadores. Mas reconhecia que através da própria misericórdia para com os
pecadores, o Senhor Jesus dava provas da sua longanimidade.
A VERDADE DO EVANGELHO - v. 15 e 16
Uma
palavra fiel, verdadeira (pistos),
digna de toda a aceitação é a de que “Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os
pecadores.” Esta é a
verdade do evangelho de Jesus Cristo, é a essência, é o motivo pelo qual Deus
deu o seu Filho unigênito. Não há evangelho, não há sã doutrina, sem a
convicção e a pregação de que todo aquele que crê em Jesus Cristo tem a vida
eterna. Deixar essa verdade é fazer naufrágio na fé.
CONCLUINDO
O pastor precisa
ser exemplo de fé verdadeira em Jesus Cristo, precisa pregar e ensinar a sã
doutrina, com o objetivo de levar os crentes a conhecerem o evangelho
verdadeiro e se manterem firmes contra os que praticam e pregam doutrinas
contaminadas pelo pensamento humano, ou, até mesmo, criadas por homens.
O pastor precisa
combater o bom combate. Precisa ser combativo contra o mal que rodeia e penetra
na igreja. Não pode ser condescendente, não pode transigir porque ele tem um Senhor
que é o dono da igreja. Precisa conservar a sua fé em Jesus Cristo e a sua
consciência governada pela mente de Cristo. Não pode pensar nem crer com a mente de homens, porém
de Cristo. E a mente de Cristo nos foi revelada por ele próprio e registrada na
Bíblia.
Os crentes em
Cristo têm a mesma Bíblia que o pastor, tem a mente de Cristo e podem ouvir e
aceitar de bom grado os ensinamentos e pregações que são realmente de acordo
com a sã doutrina. Podem ajudar aos que estão se desviando da fé e devem,
individualmente, permanecer firmes no evangelho de Jesus Cristo.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
O SACERDÓCIO UNIVERSAL DO CRENTE
Existem muitos conceitos teológicos que são produto da mente humana mas que são aparentemente baseados em conceitos bíblicos. Um deles é o chamado "Sacerdócio Universal do Crente". A expressão é bonita, busca referencial no texto da Bíblia, mas esconde algumas heresias. Uma delas é que o crente é responsável pelo bem estar físico e social do seu semelhante. Talvez seja a mais forte delas. Quando solta em uma frase de impacto durante uma pregação soa retumbante nos corações e logo ouvintes ávidos por fazer a vontade de Deus saem a campo e se lançam em um frenesi estafante para cuidar de semelhantes que muitas vezes não estão nem aí para Deus e que muitas vezes estão se exaurindo em atividades idolátricas, orgíacas, imorais. É o caso daqueles que saem a campo para cuidar dos foliões carnavalescos e para dar suporte a romeiros que sucumbem nos seus sacrifícios de idolatria. Cuidar dos idólatras e dos amantes das orgias se transformou em obrigação sacerdotal do crente. Pura armadilha do inimigo porque um sacerdote de Deus nunca teve por incumbência cuidar da saúde de povos pagãos, muito menos enquanto praticavam seus cultos idolátricos e orgíacos.
Na realidade o sacerdócio do crente é apontado pelo apóstolo Pedro sob dois aspectos e somente dois. O primeiro está no campo pessoal. Somos sacerdotes de nós mesmos, no sentido de podermos prestar culto diretamente a Deus, através de Jesus Cristo, sem intermediário algum. É o que o apóstolo diz em 1Pedro 2:4,5: "Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo." Os sacrifícios eram prestados pelos sacerdotes e eram materiais; precisavam ser agradáveis a Deus para que fosse aceito por Ele; o mediador era o próprio animal sacrificado que figurava o Messias. Hoje o culto é espiritual, mas precisa ser agradável a Deus e é realizado pela mediação do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo. Quando cultuamos a Deus através de Jesus Cristo, exercemos o sacerdócio que nos foi delegado.
O segundo aspecto do sacerdócio do crente está no sentido da intermediação entre pessoas e Deus. Não como era a função do sacerdote de Israel, que recebia do povo o animal a ser sacrificado e o apresentava a Deus, como um mediador aparentemente direto, mas em uma intermediação indireta, como veículos de uma mensagem que leva ao perfeito e único Mediador, Jesus Cristo. Observe-se as palavras do apóstolo em 1Pedro 2:9: "Vós, porém, sois nação eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz." O crente faz parte do povo de Deus e exerce um sacerdócio real com a finalidade de proclamar, pregar, anunciar, as virtudes do nosso Salvador, Jesus Cristo. Ou seja, exercemos um sacerdócio mediador no sentido de veicularmos a mensagem que pode levar o homem a Cristo que, por sua vez, é o único que pode levar o homem a Deus.
Estes, e somente estes, são os aspectos do nosso sacerdócio como crentes em Jesus Cristo.
terça-feira, 30 de setembro de 2014
O QUE É O INFERNO
Para sabermos o que é o inferno
é necessário que nos esvaziemos de todos os conceitos humanos que, de alguma
maneira, vieram até nós e ficaram em nossas mentes. Alguns dos conceitos mais
comuns são: “O inferno é aqui mesmo”; “o inferno é um estado de espírito”; “o
inferno é o isolamento completo”; “o inferno é a falta de Deus”; “o inferno não
existe e é apenas uma figura de linguagem”; “o inferno é a extinção da alma”.
Tais conceitos nem sempre estão isolados em pensamentos de algumas pessoas
individualmente, porém alguns fazem parte de doutrinas religiosas e, algumas,
que se dizem cristãs. Por isso estão cada vez mais penetrando igrejas batistas
e arregimentando muitos adeptos que, por sua vez, as propagam, minando cada vez
mais a nossa fé em Jesus Cristo. Digo isto porque se não crermos em algo que
Jesus ensinou, fatalmente entramos pelo caminho da incredulidade em suas
palavras.
Vejamos, então, o que Ele
ensinou a respeito do que seja o inferno.
O INFERNO É UM LUGAR
O Senhor Jesus deixou muito claro que o inferno é um lugar.
Na parábola do rico e Lázaro, o rico é encontrado em um lugar (Lucas 16:23),
inclusive tendo a visão de outro lugar ao longe, onde estava Lázaro. É um lugar
onde pessoas são lançadas (Mateus 18:9). Jesus nunca ensinou que o inferno é um
estado de espírito, nem sofrimentos pelos quais as pessoas passam já neste
mundo, porém que é um lugar.
1. É um lugar que foi preparado para o diabo e seus anjos – Mat
25:41. O inferno não foi preparado para o ser humano. Quando Deus fez o homem
fez para que vivesse eternamente. O pecado tornou o ser humano semelhante ao
diabo, no sentido da soberba, do desprezo à palavra de Deus e da condenação ao sofrimento
eterno. Por isso, ao passar pela morte, o ser humano é lançado no inferno.
2. É um lugar de muito sofrimento – Interessante pessoas brincarem
com a realidade do inferno, ou não se importarem com a possibilidade de irem
para o inferno. Jesus sempre ensinou que é um lugar de sofrimento eterno. Observe-se,
por exemplo:
a) Há fogo eterno no inferno,
um fogo que nunca se apaga (Mat 5:22; Marcos 9:45: Mat 25:41). O ensinamento de
Jesus é literal. Ele fala de fogo mesmo, de fogo que queima e não há como
relativizar o que Ele definiu.
b) Há sofrimento para a alma e
para o corpo (Mat 10:28). Esta palavra de Jesus demonstra que o
sofrimento não é somente da alma, porém que é um sofrimento físico também. Além
disso, demonstra que é um lugar onde o ser humano é lançado em sua formação
completa, corpo e alma.
c) Há tormento – Lc
16:23,24,25. No versículo 23 a palavra grega utilizada é basanos que significa ser
torturado, porquanto originalmente se referia a um instrumento de tortura;
nos versículos 24 e 25, a palavra grega utilizada é odunao, que faz referência a dor
intensa, extrema agonia. Isto
significa que o fogo é literal e, como é natural do fogo, causa tortura, dor
intensa, extrema agonia. O tormento no inferno é tão grande que muitas vezes,
no Novo Testamento, é chamado de geena,
uma denominação do vale de Hinon, lugar onde o povo de Deus havia construído
altares a Moloque, deus pagão, e onde queimavam seus filhos, lançando seus
corpos queimados no fundo do vale, e onde, também, o povo passou a jogar tudo
quanto era espécie de lixo, inclusive corpos de animais mortos.
3. O inferno é o
lugar da segunda morte. Em Apocalipse 21:8 lemos: “Mas, quanto aos
medrosos, aos incrédulos, e aos imundos, e aos homicidas, e aos fornicadores, e
aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no
lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte.” É o lugar onde as
pessoas sofrem as agonias da morte por toda a eternidade, onde são encerradas,
nos lugares mais profundos do universo, por toda a eternidade. E os que
enfrentam a segunda morte são aqueles que não são purificados dos seus pecados, nem regenerados para uma nova vida em
Cristo. Ou seja, aqueles que não creram em Jesus Cristo como o Salvador, o Filho
de Deus que concede a vida eterna. Não creram porque foram medrosos, ou porque
não colocaram a sua fé em Jesus Cristo, impedidos por escolherem continuar com
a natureza de pecado, tendo prazer nos sentimentos ou nas práticas pecaminosas.
4.
O inferno é um lugar sem saída. Em Lucas 16:26 lemos o
ensinamento de Jesus: “E, além
disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que
quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar
para cá.” O ser humano criou uma fantasia religiosa
pensando que há possibilidade de alguém sair do inferno e ir para o céu. Porém
Jesus ensinou que isso é impossível. Uma vez lançado no inferno, encerrado no
inferno para sempre. Não há possibilidade de absolvição para quem foi lançado no
inferno. Se alguém desejar ser absolvido, tem que ser enquanto está vivo,
enquanto não enfrenta a primeira morte, através do reconhecimento de pecado, do
arrependimento e da entrega de vida a Jesus Cristo como único Salvador.
O INFERNO É POVOADO
POR PESSOAS QUE NÃO CRÊEM EM JESUS CRISTO
Em João 3:18 Jesus declara que quem não crê no Filho já
está condenado. Em Mateus 25:41 ensina que os condenados são enviados para o
fogo eterno, para o inferno; e, em Mateus 23:33 exclamou aos que o rejeitavam:
“Serpentes, raças de víboras, como escapareis da condenação do inferno?” Isto significa que os que não creem em Jesus
Cristo como Salvador são as pessoas que povoam o inferno. Não há crentes em
Cristo no inferno, porque os que creem nEle não são condenados. Não há como se
pensar que o inferno é um lugar comum, para onde vão tanto crentes quanto não
crentes em Jesus Cristo.
É UM LUGAR EM QUE
PESSOAS SÃO LANÇADAS POR DEUS
Quase
que naturalmente podemos pensar que o diabo é quem lança pessoas no inferno.
Não é. A Bíblia não ensina assim. Ele influencia, tenta, trabalha para que
pessoas percam seus padrões morais, acima de tudo, para que não cheguem à fé em Jesus
Cristo como Salvador. Porém, quem lança no inferno é o próprio Deus. Quando
lemos somente o texto de Lucas 12:4,5 temos a impressão de que Jesus estava
falando a respeito do diabo. No entanto, quando lemos “Ao som da sua queda, fiz tremer
as nações, quando o fiz descer ao
inferno com os que descem à cova...” em Ezequiel 31:16,
e “Porque, se Deus não perdoou aos anjos que
pecaram, mas, havendo-os lançado no
inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o
Juízo”. No final de todas as coisas, no juízo final, o diabo será lançado no
inferno, e será Cristo quem fará isso, aquele que tem a chave do inferno (Apoc
1:18).
CONCLUSÃO
Não sabemos onde, mas o inferno é um lugar que é o
oposto do céu. O céu é maravilhoso, o inferno é horrível; no céu há paz
perfeita, no inferno há sofrimento eterno; no céu há consolações, no inferno há
tormentos; no céu há a presença de Deus e de seu Filho Jesus Cristo, no inferno
haverá a presença do diabo e seus anjos; no céu os salvos estão e estarão com o
Salvador, no inferno os condenados estão e estarão com o tentador.
Certamente que é de bom senso escolher ir para o céu
e nunca ir para o inferno. É de bom senso entregar a vida a Jesus Cristo,
aquele que leva para o céu e rejeitar completamente as influências do tentador
e a vida de pecado que é inerente a todos aqueles que não são regenerados por
Jesus Cristo.
Assinar:
Postagens (Atom)