terça-feira, 7 de abril de 2015

IGREJA, A CASA DE DEUS

Um dia o rei Davi desejou construir uma casa para Deus. Sentia-se incomodado porque tinha a sua própria casa feita de cedros e a arca de Deus estava em uma tenda (2Sm 7.2). Falou ao profeta Natã do  seu desejo de construir uma casa para Deus e recebeu como resposta um incentivo para que fizesse tudo o que estava em seu coração porque, disse Natã, “o Senhor é contigo.”
Mas, não era isto que estava no coração de Deus e mandou mensagem a Davi dizendo que nunca requereu a construção de uma casa para Ele e que nunca havia deixado de estar com o seu povo. Anunciou que o filho de Davi lhe construiria uma casa. Davi ofertou o material para a construção e Salomão, realmente, construiu o templo para Deus.
Durante o período do Antigo Testamento a casa de Deus foi o templo de Jerusalém. Naquele lugar eram prestados os cultos e, até determinado tempo, era onde Deus se manifestava durante o culto sacrificial.
O Senhor Jesus veio ao mundo, estabeleceu o Novo Testamento, abriu caminho direto para a presença de Deus colocando-se como mediador, único sacerdote e o templo, até certo tempo ainda utilizado pelos judeus, inclusive convertidos a Cristo, foi completamente destruído pelos romanos. Aparentemente Deus ficou sem casa e, de fato, no cristianismo, o templo único, como lugar de adoração, deixou de existir. Jesus estabeleceu a sua igreja inicialmente em Jerusalém que, em pouco tempo, foi se espalhando pela face da terra. Cristãos passaram a se reunir como igrejas de Cristo em diversos lugares. No próprio templo de Jerusalém antes de ser destruído, em residências particulares, em escolas, em lugares ao arlivre e, até mesmo, em catacumbas. Aos poucos, em determinados lugares onde igrejas permaneciam se reunindo, foram sendo construídos lugares especiais, separados, para as reuniões das igrejas que, sob a influência do catolicismo (um sincretismo de romanismo, judaísmo e cristianismo) passou-se a denominar esses lugares especiais de templos.
Surgiu, então, a ideia de que os edifícios eram “casas de Deus”. No entanto, Deus continuou não habitando em lugares feitos por mãos de homens, mas habitando nos crentes em Cristo através da habitação do seu Santo Espírito.
Escrevendo a sua primeira carta a Timóteo o apóstolo Paulo diz que a igreja é a casa de Deus (1Tm 3:14) e podemos, assim, compreender que Deus realmente habita entre os crentes em Cristo, nas suas próprias igrejas. Não nos templos, nos edifícios construídos por mãos de homens, mas nas congregações dos crentes em Cristo Jesus.

Sendo assim, precisamos valorizar as igrejas de Cristo, precisamos reverenciar a presença de Deus em suas igrejas, precisamos desenvolver a fidelidade a Deus e, consequentemente, a seu Filho Jesus Cristo. Precisamos reconhecer que somos coluna e suporte da verdade de Deus e agir como tais. Precisamos lutar pela manutenção das características da casa de Deus nas suas igrejas.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

A DIVINDADE E A HUMANIDADE DE JESUS CRISTO

Talvez este seja um dos temas mais polêmicos da Teologia Cristã. Muitos crêem que Jesus foi apenas um homem, outros que foi Deus em aparência humana e, outros, que foi Deus e homem ao mesmo tempo.
Se nos detivermos em uma Teologia realmente bíblica certamente concordaremos que ele foi Deus e homem ao mesmo tempo. Ele não foi gerado por homem, porém pelo Espírito Santo; manifestou poderes divinos sobre a vida, o universo, a natureza; declarou ser o próprio Deus e foi apresentado a discípulos seus como sendo o filho amado de Deus. Declarou-se o único gerado por Deus e, ressuscitado, voltou aos céus e sentou-se à direita de Deus.
No entanto, o grande problema com o qual nos deparamos não é o reconhecimento de que era Deus e homem, porém o conhecimento teológico de como isto se tornou realidade.
Mesmo com aparência de tanta dificuldade para compreensão, a explicação teológica é relativamente simples se considerarmos o que encontramos na Bíblia a respeito do Espírito de Cristo. O apóstolo Paulo se refere ao Espírito Santo como sendo o Espírito de Deus e, ao mesmo tempo, o Espírito de Cristo (Rm 8.9); Jesus foi gerado pelo Espírito Santo (Mt 1.18); enquanto homem, aqui no mundo, o Espírito Santo habitou plenamente em Jesus Cristo, a ponto de não poder ser dados aos seus discípulos enquanto não foi glorificado (Jo 7.39; 20.22).
A divindade de Jesus Cristo não estava em seu corpo, porém em seu espírito. Foi gerado como homem e, por isso, era realmente homem. Porém o seu espírito era o próprio Espírito de Deus e, por isso continuou a ter a sua natureza divina. Fisicamente era homem e espiritualmente era Deus. Por isso, na sua crucificação houve a necessidade de o Espírito de Deus deixá-lo e o Senhor Jesus ter se sentido desamparado. Para morrer ele precisou ser totalmente homem. Caso contrário não poderia morrer, considerando-se que Deus é eterno.