Um dia o rei Davi desejou construir uma casa para Deus.
Sentia-se incomodado porque tinha a sua própria casa feita de cedros e a arca
de Deus estava em uma tenda (2Sm 7.2). Falou ao profeta Natã do seu desejo de construir uma casa para Deus e
recebeu como resposta um incentivo para que fizesse tudo o que estava em seu
coração porque, disse Natã, “o Senhor é contigo.”
Mas, não era isto que estava no coração de Deus e mandou
mensagem a Davi dizendo que nunca requereu a construção de uma casa para Ele e
que nunca havia deixado de estar com o seu povo. Anunciou que o filho de Davi
lhe construiria uma casa. Davi ofertou o material para a construção e Salomão,
realmente, construiu o templo para Deus.
Durante o período do Antigo Testamento a casa de Deus foi o
templo de Jerusalém. Naquele lugar eram prestados os cultos e, até determinado
tempo, era onde Deus se manifestava durante o culto sacrificial.
O Senhor Jesus veio ao mundo, estabeleceu o Novo Testamento,
abriu caminho direto para a presença de Deus colocando-se como mediador, único
sacerdote e o templo, até certo tempo ainda utilizado pelos judeus, inclusive
convertidos a Cristo, foi completamente destruído pelos romanos. Aparentemente
Deus ficou sem casa e, de fato, no cristianismo, o templo único, como lugar de
adoração, deixou de existir. Jesus estabeleceu a sua igreja inicialmente em
Jerusalém que, em pouco tempo, foi se espalhando pela face da terra. Cristãos
passaram a se reunir como igrejas de Cristo em diversos lugares. No próprio
templo de Jerusalém antes de ser destruído, em residências particulares, em
escolas, em lugares ao arlivre e, até mesmo, em catacumbas. Aos poucos, em
determinados lugares onde igrejas permaneciam se reunindo, foram sendo
construídos lugares especiais, separados, para as reuniões das igrejas que, sob
a influência do catolicismo (um sincretismo de romanismo, judaísmo e cristianismo)
passou-se a denominar esses lugares especiais de templos.
Surgiu, então, a ideia de que os edifícios eram “casas de
Deus”. No entanto, Deus continuou não habitando em lugares feitos por mãos de
homens, mas habitando nos crentes em Cristo através da habitação do seu Santo
Espírito.
Escrevendo a sua primeira carta a Timóteo o apóstolo Paulo
diz que a igreja é a casa de Deus (1Tm 3:14) e podemos, assim, compreender que
Deus realmente habita entre os crentes em Cristo, nas suas próprias igrejas.
Não nos templos, nos edifícios construídos por mãos de homens, mas nas
congregações dos crentes em Cristo Jesus.
Sendo assim, precisamos valorizar as igrejas de Cristo,
precisamos reverenciar a presença de Deus em suas igrejas, precisamos
desenvolver a fidelidade a Deus e, consequentemente, a seu Filho Jesus Cristo.
Precisamos reconhecer que somos coluna e suporte da verdade de Deus e agir como
tais. Precisamos lutar pela manutenção das características da casa de Deus nas
suas igrejas.
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