Pr Dinelcir de Souza Lima
baseado em João 5:31-47
Por causa da cura de um paralítico em um dia de descanso dos judeus, estes perseguiram Jesus e procuraram matá-lo. O Senhor não se intimidou e aproveitou a oportunidade para declarar a sua natureza divina e a sua ligação perfeita com o Pai no que tange à concessão da vida eterna através da crença na sua Palavra, e do juízo que lhe foi entregue e que será exercido perfeitamente enquadrado na vontade de Deus, como um juízo realmente justo.
Na última parte dos seus ensinamentos, Jesus estabeleceu algo que os judeus davam muito valor, o testemunho a respeito de uma pessoa. Jesus dizia ser o Filho de Deus, mostrava ser igual a Deus e, portanto, afirmava cumprir tarefas de Deus. Quem daria testemunho dEle? Quem testificaria da veracidade de sua pessoa divina?
É esta apresentação das suas credenciais como Filho de Deus, que culmina no testemunho a respeito das Escrituras que Jesus deixou para nós e que vamos analisar.
Os judeus se vangloriavam de conhecer e obedecer a Deus. Foi nesse sentimento que Jesus fez a fixação do ensinamento sobre a veracidade da sua filiação única com Deus. Não queriam crer no testemunho dele (em outra ocasião também foi questionado a respeito -8:13,14,18), então deveriam crer no testemunho do Pai.
No versículo 32 ficamos com a impressão inicial de que Jesus estava falando a respeito de João Batista, mas esta impressão se desfaz quando lemos os versículos 36 e 37 onde encontramos a indicação precisa de que estava falando do testemunho do Pai.
Conforme Jesus ensinou, o testemunho do Pai foi dado através:
1. Das pregações de João Batista que testemunhou da verdade (v. 33) e que, de certa maneira foi aceito pelos judeus, que desejaram se alegrar por um pouco de tempo com a luz dele (v. 35);
2. Das obras realizadas por Jesus (v. 37) que foram dadas por Deus e que testificaram de que Jesus foi enviado por Deus;
3. Das Escrituras (v. 37-39) que registram a Palavra de Deus e que precisa ser crida para que se possa crer naquele que enviou o Filho. Para que se possa crer no Filho de Deus é necessário que as Escrituras sejam interiorizadas e permaneçam no interior, na alma da pessoa. Mas Jesus afirma que para que isto seja possível é necessário crer em Deus realmente. Ou seja, só crê na Escritura como sendo a Palavra de Deus que testifica do Filho de Deus, quem crê em Deus realmente. Quem não crê na Escritura, na Bíblia, não crê em Deus de fato.
Os judeus examinavam as Escrituras, conheciam suas palavras, conheciam a Lei, conheciam os fatos registrados nelas, criam que a vida eterna estava nelas de alguma maneira, mas não conseguiam ver o Filho de Deus nelas.
Não há como crer no Filho de Deus, no testemunho das Escrituras, dando-se ouvidos a palavras de homens vazios, que testificam de si mesmos como se fossem enviados de Deus e como se tivessem alguma ligação especial com Deus.
Jesus dá a vida a quem crê incondicionalmente na palavra dEle; Jesus dá a vida porque Ele recebeu do Pai conceder a vida a quem Ele quiser conceder; Jesus tem que ser honrado como Filho de Deus por quem deseja honrar o Pai; a vida eterna é garantida a quem dá ouvidos à palavra de Cristo e, consequentemente, crê no Pai; quem testemunha que Jesus é o Filho de Deus é o próprio Deus, através de profetas que enviou, das obras que Jesus realizou e, finalmente, através das Escrituras; só crê em Jesus quem vai a Ele através das Escrituras para ter a vida, crendo no que foi escrito a respeito dEle.
O Senhor Jesus finalizou seus ensinamentos àquelas pessoas fazendo referência aos escritos do profeta mais exaltado pelos judeus, Moisés, escritor dos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, afirmando que do próprio Jesus ele escreveu e que se não criam no que Moisés escreveu, não poderiam crer nas palavras dEle. Resumindo: Quem não crê no que está escrito nas Escrituras não pode crer nas palavras de Cristo. Se não crê nas Escrituras, não crê nas palavras de Cristo e não tem a vida eterna.
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